FAMILIA E CIDADANIA: UM ESPAÇO DE EDUCAÇÃO*
Nos primeiros anos de vida a criança
desenvolve um conjunto de habilidades que têm a função de garantir uma
estrutura sólida para a aquisição da linguagem, da coordenação dos movimentos,
localização espacial, mente matemática, da socialização, assim como dos
primeiros conhecimentos sobre a cultura. É também neste período que se
sedimenta o desenvolvimento sócio-afetivo, tão necessário para o processo de
todas as funções, entre elas as cognitivas.
Nesta fase do desenvolvimento da criança
a família um papel preponderante, pois todas as aquisições dependem,
fundamentalmente, das experiências, ou seja, das situações que os pais criam
nos espaços físico, social e emocional para a criança, desde bebê.
Comportamentos como autoconfiança, iniciativa, senso de cooperação, de
responsabilidade são assimilados principalmente pelo modelo daqueles que estão
presentes no dia a dia da criança. É justamente a conduta da família diante das
questões relativas ao ser social que ajudam a formar pessoas emocionalmente
equilibradas para o convívio. Os cuidados dispensados – que devem ser de
facilitação e apoio - são internalizados pela criança e levados para toda a
vida.
Embora as disputas, os conflitos, as diferentes
formas de agressão estejam presentes em nossa sociedade, cabe à família, assim
como à escola (especialmente nos primeiros anos de escolaridade) desenvolver
nas crianças atitudes de convivência pautadas em valores éticos. Uma vez
vivendo este processo, os bons modos e a tolerância estarão à frente de suas
atitudes, e esta criança, certamente, desenvolverá uma sensibilidade maior para
perceber as diferenças e acolhê-las da forma que se manifestam.
A Drª Maria Montessori, primeira médica
italiana, desenvolveu um método de educação que tem como base a formação da
pessoa, diz que “a vida prática e social devem ser profundamente combinadas na
educação”. Remete especial importância às variadas atividades que os ambientes,
familiar e escolar possibilitam, considerando todas as formas de interação da
criança como preparatórias para o desenvolvimento social.
Esta mesma educadora refere-se à
adolescência como sendo o tempo próprio para o trabalho social – seja com
idosos, com crianças, com enfermos..., considerando este tipo de trabalho uma
tarefa importante para ser desempenhada neste estágio de formação pessoal, no
qual as “relações morais” são definidas e marca o início de uma nova vida como
indivíduo moral. Porém, é nos primeiros anos de vida que este processo
tem início, atribuindo-se às atividades vivenciadas nesta fase uma importância
decisiva para o desenvolvimento da criança do ponto de vista moral e físico: em
cada estágio a criança “percebe” de forma diferente as suas relações. E a
primeira infância é um período sensível ao desenvolvimento de atitudes
positivas. E esta é a base da cidadania.
Assim, enquanto constrói a si própria,
a criança constrói a “sua parte” na evolução da espécie humana. Desde as
relações com outras crianças ao tratamento com os animais e com o próprio
ambiente natural, é preciso despertar atitudes de respeito e de
responsabilidade.
Por isso a educação social tem um papel
importante no desenvolvimento infantil e na preparação para a cidadania.
É preciso que a criança seja orientada para desenvolver determinados
aspectos como a autodeterminação nas suas relações, o que dará suporte ao
discernimento e às suas escolhas futuras. Presentes na rotina da família
(e da escola), esses componentes tornam-se instrumentos em potencial para que a
criança, o jovem e até mesmo o adulto, saibam lidar, não só com as diferenças
como também com as adversidades.
Seja no espaço da família, da escola ou
de qualquer outro grupo social, o importante é oportunizar experiências que
promovam a cidadania – o exercício da solidariedade ao conceito de comunidade -
o que fortalece o crescimento pessoal-social da criança. Daí a importância de
os pais estarem atentos aos movimentos que possam significar desenvolvimento
social: eventos escolares, que além do exercício de socialização para toda a
família, reverte-se em modelo social e mais, em valorização da atividade da
escola da criança e/ou dela própria; aniversários de coleguinhas, visitar
parentes, vizinhos, convidar um amiguinho para passar uma tarde, apenas para
ilustrar as mais freqüentes situações que fazem parte do cotidiano das
famílias, muitas vezes negligenciadas em nome do “sem tempo”.
Estas simples práticas auxiliam,
sobremaneira, no desenvolvimento social, e este, por sua vez, contribui para o
equilíbrio emocional. São atitudes e ações que os pais devem promover para
fazer de seus filhos pessoas sensíveis e criativas. Pessoas felizes, cidadãos
da paz!
*Rita Madalena B. S. Ramos - Especialista em Psicologia Social
Fonte: Site Escola de pais
cidadania e uma coisa que nao se compra se conquista na comunidade e na escola.todos estamos aqui nao e so eu e voce nos devemos pensar na comunidade isso e ser cidadao que esta exercendo a cidadania
ResponderExcluirArthur